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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Marginália


Toda a podridão do mundo
me consome.

Tudo o que é feio
O que da nojo
E o que é errado.

Há certa poesia nas ruas,
nos becos,
nos bueiros
e embaixo dos túneis
[com suas luzes amareladas.

Há certa poesia
nos inícios de manhãs de feira
e nas ruas vazias
dos dias santos.

Eu sinto que essa
''certa poesia''
é a poesia certa.

E que não há poema de amor
mais bonito
que a fala
de um andarilho.

Gi.