Quero a calçada, a rua e a podridão.
De
nada me interessa um muro com
[uma
cerca elétrica.
De
nada me interessa o materialismo dialético,
A
moral kantiana. O inconsciente coletivo.
Nada
quero das filosofias. Nada quero do saber.
Quero
ruas que fedem a mijo.
Um
papel que limpe o catarro da criança birrenta.
A
chuva ácida que corrói uma estátua
E
reconstrói minha alma.
Quero.
Não almejo e nem anseio, só quero.
O
cantar de uma missa,
O
choro de uma puta,
O
riso de um bêbado
E
as confidências do andarilho.
Quero
a poesia vivida;
Não
um livro.
A
realidade que me cerca;
Não
um vernissage surrealista.
Quero
o niilismo.
A
podridão.
O
concreto.
De
nada me interessa
A
minha própria poesia.
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