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quarta-feira, 26 de março de 2014

Poema de ônibus na volta para casa




Hoje vi uma criança que colhia um dente-de-leão.
Que o colhia em um mato que cresceu
[Em uma escola pública.
Eu olhei para ela e vi uma criança.
Uma criança que apanhava uma flor.
Vi humanidade.

E me veio à cabeça
Uma outra criança que um dia
Eu havia visto.

Era uma pessoinha
Que com seu esquadro de metal
Desenhava uma flor rebuscada em seu caderno.
Entre pisos e azulejos 
[De uma escola protegida e particular.

O que não entendo 
É que na segunda criança
O que eu vi foi, 
Quem sabe, 
Um futuro arquiteto ou engenheiro.

Talvez sem nenhuma humanidade.

Gi.

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