Esse campo obrigatório não poderia ficar em branco.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Alienados


Atenção, atenção,
Você ouve e tem visão?
Está vendo tudo isso?
Toda essa situação?

Pessoas matando,
Pessoas morrendo,
A violência prevalecendo.

Pessoas com fome,
Pessoas com sede,
O governador?
Está no banquete!

Seu João roubou um pão,
Mas que corrupção!
Deputado entrou no mensalão,
Normal essa ocasião!

Pessoas cobertas de cegueira,
E mudas por opção,
Se o bem não prevalecer,
Quem prevalecerá então?

Saúde precária,
Por falta de higienização,
Esgoto a céu aberto
E crianças no lixão.

Então que tal ir ao hospital?
Lá tem médico de plantão!
Após esperar 70 enfermos,
Vá tomar sua injeção!

Olhem, saíram da escola mais cedo!
Os professores participam de uma reunião.
Quem sabe terá uma greve,
E mais um mês sem educação?

Pessoas cobertas de cegueira,
E mudas por opção,
Se o bem não prevalecer,
Quem prevalecerá então?

Gi.

sábado, 13 de novembro de 2010

Fora da rotina



Ver o sol nascer bem cedo, passar frio ao dormir, tentar achar uma cachoeira para tomar um banho bem gelado, caminhar naquele ar puro da natureza, ficar observando os animais, ouvindo atentamente o som dos pássaros e do vento. Tomar um café quente assistindo o pôr do sol na montanha e quando ele se for,   fazer uma fogueira para espantar o escuro e os animais que habitam por perto. Sentar ao lado da fogueira em forma de roda e conversar sobre tudo e todos, aquelas conversas nostálgicas que depois terminam em piada e gozação, todo mundo rindo, contando histórias e casos, bebendo, fumando, falando até não aguentar mais... É claro, não poderia esquecer do violão, lá pelas quatro da madrugada, quando as piadas já se esgotaram, pega-se ele de novo e põem-se a tocar um blues, mpb, essas coisas deliciosas de serem ouvidas. E a barraca? pra que serve? serve pra depois da música, quando os olhos caem e a loucura se finda, todos entram na sua, sentindo falta daquele calor da fogueira... E quando acabam de deitar já dormem, mas quando acabam de dormir o sol começa a nascer e todos acordam para assistir o espetáculo da natureza, um espetáculo que normalmente ninguém vê, porque tem que ir pra escola, trabalho, faculdade, assistir televisão ou simplesmente dormir mais um pouco. Então todos assistem juntos novamente o nascer do sol, tomando um café fervendo. O dia começa de novo, e tudo se repete. Vamos acampar! (não postarei nesse feriado, por tal motivo).

Gi.

domingo, 7 de novembro de 2010

O Poema


Queria mantê-lo intacto,
como um todo.
íntegro e impoluto.

Porém, não posso.
é de se perceber
que mesmo que coubesse a mim
eu não conseguiria.

Ele se dissolve sozinho,
rapidamente,
freneticamente,
junto ao compasso de minhas mãos,
junto a dor de meus pulsos
que percorrem tal folha corriqueiramente,
com a maior pressa possível.

Em cada verso jaz o anterior
e vai se diluindo,
cada palavra expressando
o que da boca não sai;
coisas que o coração para si guarda.

E no fim, amargo.
Se dissolve completamente,
dilui-se por inteiro.
Gi.

Tudo Termina em Etílico


Desapontado ficou no fim.
Era belo, singelo, prescindia tudo que não fosse lhe-ajudar e imprecava aqueles que por ímpeto lhe-arruínaria. Gostava de ter uma extrema intímidade, a todo tempo, muitas vezes de tão exagerado se tornava cansativo, era supérfluo. Mas não que isso fosse ruim, de modo algum, até porque já fazia parte do cotidiano, daquela vida monótona e meio fútil. Ás vezes causava uma briga aqui e outra ali, mas depois voltava com mais força e quem sabe mais benévolo também. O problema do tal era que tudo se resumia nisso... Beijos, tranzas, olhares, passeios, brigas escrotas e ciúmes. Totalmente contraditório ao início, onde tudo era novidade. Daí, quando passou a ser mais-que-corriqueiro, extremamente igual e absurdamente monótono, ele cansou seus dois portadores. E fazendo pirraça, de raiva -pelo que não deu certo - ele conseguiu destruiur dois pobres corações, de duas pessoas diferentes. Mas não pense que os dois eram vítimas, até porque ninguém é! Se ele os-pegou e os-manipulou, é porque deixaram que o-fizesse... Maldito amor! Ele mesmo, que acabou com dois e fez da vida deles uma obra de dante. Execração - pensavam eles. No fim foi fácil combatê-lo, porque não haviam pensado naquilo antes? Só bastava um copo e uma dose, depois tudo haveria de passar.  

Gi.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Nada!


É tudo vazio, tudo sem sentido, tudo nada. Tudo que eu vejo, tudo que eu faço, tudo que eu sinto é nada. É nada. Não vejo, não ouço, não faço. Nada toma meu espaço. Estou sem movimento e sem meus sentidos. Então porque vivo? Acho que vivo a procura de algo que substitua todo esse vazio, toda essa falta. Mas por enquanto, nesses dias vazios, tudo é nada. 

Gi.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Mais nada


Só mais um,
Mais um poema.
Mais palavras vazias,
Mais um pouco de sentimento,
Mais nada.
Só isso.

Só mais um mar de lágrimas,
Resumidos em meros versos.
Só mais uma infinidade de complexidade,
Transportadas para uma singela folha.

Só mais um,
Mais um poema.
Mais palavras vazias,
Mais um pouco de sentimento,
Mais nada.
Só isso.

Dentre estrofes, sílabas,
Versos e palavras,
Encontram-se o dia-a-dia,
Encontra-se a vida,
Encontra-se a prosa que não foi contada.
Encontra-se o desabafo da alma,
A dor do poeta,
Que na folha é colocada.

Mas no fim,
Afinal de contas...
Eis que tudo se resume em nada.

Porque é só mais um,
Mais um poema.
Mais palavras vazias,
Mais um pouco de sentimento,
Só isso,
Mais nada.

Gi.
 

domingo, 31 de outubro de 2010

Sentia-me...


Sentia-me contente por não estar apaixonado, por não estar
contente com o mundo. Gosto de estar em desacordo com tudo. As pessoas apaixonadas tornam-se muitas vezes susceptíveis, perigosas. Perdem o sentido da realidade. Perdem o sentido de humor. Tornam-se nervosas,psicóticas, chatas. Tornam-se, mesmo, assassinas.  

Charles Bukowski.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ao mar eu ei de perguntar


Foi-se junto à correnteza,
Foi-se depois de muita humilhação,
Fumaça e desprezo.
Sim, foi-se.

Onde está?
Sabe-se lá!
É censurado falar,
Ao mar eu ei de perguntar.

Foi-se, um vazio deixou.
O chão, que era seco,
Com lágrimas se inundou.
Mas porque se foi?
Quem se foi?
Foi porque tinha boca,
E falar? –falou
Quem se foi?
Ah, os que mais mereciam ficar.

O mar, o vento
A brisa, o tempo
Hoje são seu aposento.
Pois se foi. Junto ao seu direito.

Na terra deixou saudade,
Esperança, admiração.
Mas pelo mar foi-se indignado,
Com dor e exaustão.

Voltar? –não voltou.
Pois se foi.
Foi-se.

Por uma injusta causa,
Penduraram-no. Ele falou
Sufocaram-no. Ele falou.
Contorceu-se. Mas falou.
Arrastaram-no. Por fim.

E como já não podia mais falar,
O mar o – levou.
Com a correnteza,
Foi-se a música, o pai,
O marido e o avô.
Foi-se o sorriso, o choro,
A alegria e a dor.

Voltar? –não mais voltou.
Saudades? –deixou.
Foi-se.
Gi.

*Poema sobre a época da ditadura, aos mortos e maltratados injustamente e aos exilados.


Deus, deus?


Deus, deus?

Deus, cansou dos filhos teus?
Porque tapaste teus ouvidos?
Teus olhos e teus sentidos?

Deus, não olha mais para os filhos teus?
Alguns por aí morrem de fome,
Sem amor, sem aposento,
Sem comida e sem nome.

Mas, óh Deus,
Rezam aqui os filhos teus.
Oferecem-te o pão, o vinho e a vida.
E depois,
Cansados de esperar por ti,
Jazem em um caixão.

Deus, Deus, deus.
Porque não ouves mais?
Está cansado dessa gente?
Mas, ora, tem muito inocente,
Que continua pertinente,
Á buscar o teu amor.

Então Deus, ó Deus.
Se você está ai,
Escuta os filhos teus,
Dá-lhes comida e abrigo,
Aos crentes e aos ateus. 
Gi.

sábado, 23 de outubro de 2010

Ultimamente


Ultimamente eu ando por aí, fazendo poesias e ouvindo uma música tranquila, com um olhar vazio, sem rumo, sem dinheiro. Ultimamente eu ando por aí, observando as pessoas passando, sorrindo tranquilas, conversando e cantarolando, sem perceber que eu as-observo. Eu ando por aí, como uma figura transparente que não é percebida por ninguém, como uma alma que pena. Ando por aí, proucurando por uma coisa indefinida, que me completerá. Quando não ando por aí, fico na minha guarida, lendo um livro a mais, fazendo coisas sem sentido. Ultimamente tudo está vazio, não há terra que tape esse buraco, não há luz que ilumine essa escuridão, não há piada que me faça rir, eu só respiro porque é uma coisa involuntária e talvez eu tenha preguiça de parar. Ultimamente as horas não passam e nada faz sentido.   

Gi.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Falácia


Até hoje, o amor que eu conheço, o amor que me mostraram, não é aquele amor benévolo e perfeito, não é aquele amor de cartas, poemas, sorrisos, brincadeiras e danças. Até hoje, o amor que eu conheço, o amor que me mostraram, não é aquele amor que dá saudade, benéfico, moderado, compreensível. Até hoje, o amor que eu conheço, o amor que me mostraram, não é um amor que pode-se julgar como o melhor sentimento de todos, o mais poderoso e inigualável, o que faz os erros se tornarem lições e que um aprende com o outro. Até hoje, o amor que eu conheço, o amor que me mostraram, não é aquele amor que eu queria conheçer.       

Gi.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A Morada do Nada


Portões altos,
antigos.
Árvores secas,
chão de folhagem.
Neblina em excesso,
visão tapada.
Cinza.
Lago ao lado,
escuro e gelado.
Sem nenhuma habitação.
Ninguém.
Olhos fechados.
Parados.
Antônimo da vida.
Ali, na casa escura
tudo se desfigura.
Lágrimas pesadas, doídas.
Breu.
Cheiro de morte,
que habita por perto.
Sentimentos claudicantes,
sórdidos, incertos.
Vontade de nada.
Um nada medonho.
Felicidades esquecidas.
Dor e desordem.
Conflagração de mentiras.
Sorrisos imersos
no lago gelado.
Escuro.
Ali perto.
Neblina.
Cinza.
Morte por perto. 

Gi.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Involuntário


Impediram-me de te ver,
minha vontade só aumentou.
Impediram-me de te ouvir,
minha audição se aguçou.
Impediram-me de te sentir,
e a minha dor me sufocou.

Você, nem sei porque,
faz-me querer viver
ou em instântes padecer.

Você, nem sei porque,
faz meu coração bater,
o meu fogo se acender
e minh'alma transparecer.

É por isso que eu lhes peço,
que não me impeça de te ver,
de te ouvir,
te tocar, te sentir,
te querer.

Porque a vontade aumentará,
[aumenta.
E será,
[como é.
Difícil de viver.
Gi.

Águas Sórdidas


No cais,
ela esperava aflita.
No cais,
depositava sua esperança.

Era noiva, tinha aliança.
Mas no cais, seu amor a deixou
sem paz, sem confiança.

Então no cais ela ficou,
esperar? -esperou
por anos e anos,
no cais. Ela ficou.

Seu noivo não voltou,
chorar? -chorou
Sentiu saudade daquela boca,
que um dia ela beijou.

Mas sabia que não a sentiria novamente,
pecar? -não mais pecou.
No cais,
sua vida? -ela deixou.
Gi.

Pretérito Perfeito


Era quente,
expelia calor.
Era movimento,
movimento com ardor.

Era alegria,
expressão sorridente.
Era vida,
vivia com a gente.

Hoje já não é mais.

É frio,
expele gelidão.
É parado,
não se move, não tem pulsação.

É tristeza,
rosto pálido, sem expressão.
É morte,
vive em um caixão.

Hoje já não é mais.

Gi.
 Ao meu avô, que no caso não é o idoso da foto.

Dê-lhe Sentido


Palavras vazias
em si - só

Sentimentos vazios
em si - só

O vento vazio
o lenço, o rio,
o choro e o frio
em si - só

Dê-lhe o valor,
gostar de ser só? não gosta.
Aclamam por um sentido.
O vazio, o despido.

Mas alguém chega a conclusão?
Não.
E no final, cada um dá um sentido,
ao que julga-se vazio.
O vento,
O lenço,
O rio,
O choro e o frio.
Agora não mais,
Não mais é vazio.
Gi.

Perdoem-me as flores


Ventos uivantes,
Vorazes.
Cortantes.

Eis que vem;
de um lugar
desconhecido.

Quem dera ouvir
seu farfalhar.

Ventos uivantes,
Vorazes.
Cortantes.

Do tal saudade sinto,
se é que sinto algo.

Há tempos já não ouço,
não pronúncio, não enxergo.

A nostalgia se exalta,
quando se fala no vento,
N'aquele mesmo vento.

O vento uivante,
Voraz.
Cortante.

Perdoem-me as flores,
quando falo do tal vento cortante.
pois nem todas tinham uma cúpula,
e se desmanchavam num instânte.

Mas quando voltar a sentir,
a falar e a ouvir,
quero me esvair com o vento,
e ir além do tempo.

Junto aquele vento.

O vento uivante,
Voraz.
Cortante.
Gi.



A Palavra


A palavra é minha válvula de escape,
minha arma no combate,
o amenizar do meu sofrer.

É a rédia da minha mente,
dos meus pensamentos não coerentes,
dos meus amores que me fazem doer.

A palavra é o resumo da minha vida,
o curativo para minha ferida,
que só cicatriza com essa escrita.

É o vômito do meu coração,
o implorar da minha mão,
que tanto pede por escrever.

É a cura do meu incurável,
o conto de fadas de verdade
que faz-me amadurecer.
Gi.

sábado, 9 de outubro de 2010

Desconforme


Estou arrependida de me arrepender, me limitei a me limitar. E o jeito, agora que não tem mais jeito, é me contentar com o que não tenho, esquecer as coisas inesquecíveis, abalar o inabalável e seguir em frente, mesmo sem ter pra onde ir.     

Gi.

domingo, 3 de outubro de 2010

Droga predileta.


Comprei um frasco. Um frasco que continha uma substância líquida. Uma substância líquida denominada ''Amor''. Bebi, bebi, bebi, por um longo tempo, diariamente, três vezes ao dia. Não me cansava de beber aquela substância maravilhosa, que me dava a sensação de alegria, delírio, o mundo parecia ser mais colorido, o gelo não era tão frio e o calor não era tão quente. Era a melhor de todas as drogas. Porém, essa tal substância veio sem bula, sem rótulo, sendo assim, eu não fui avisada dos efeitos colaterais. Frio, calafrios, desisteresse, descrença, sensação de anestesia, silêncio, indiferença, arrogância, depressão profunda, entre outros. Quem me dera ter lido a bula dessa droga impiedosa! Mas ninguém me avisou que era assim, como poderia eu, que sempre achei que tudo relacionado a esse tal de amor fosse perfeito, saber que haveria tantos efeitos colaterais? Mas agora ja é tarde, sofro quieta. Quem sabe qualquer dia por aí eu encontre uma droga mais forte que essa ou talvez um antídoto para a mesma.   gi.

Patriotismo


Queria saber falar de outra coisa senão amor, mas é como querer falar inglês, italiano, alemão tendo nascido no Brasil. O amor é minha língua, minha terra. E eu? Sou bem patriota.


feito por Isa G. do querido blog ''Amargamente Doce''.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Acaso


Ela acordou cedo, tomou um banho, bebeu seu café e foi estudar.
Ele acordou tarde, tacou uma água no rosto e foi trabalhar.
Enquanto ela pensava nele, sentia sua falta, fazia poemas e ficava com a cabeça em outro mundo, ele nem se preocupava.
Ela se derretia, mas fingia que nem ligava.
Ele nem ligava, mas fingia que se derretia.
A maior vontade dela era viver aquele amor para sempre, ao lado dele.
Quando a maior vontade dele, era fazer aquele amor sempre, em cima dela.
Ela se entregava, de corpo e alma, se deixava levar.
Ele nem percebia, e a recebia como se fosse mais uma. Bruto, severo. 
Ela queria ir, mas o tchau não saia da sua boca, e suas pernas não se moviam.
Ele queria que ela ficasse, era legal ter uma garota bonita e apaixonada ao seu lado.
O tempo se passava, e ela se apegava cada vez mais, ele continuava na mesma.
O coração, dele, servia para mantê-lo vivo.
O coração, dela, servia para matá-la aos poucos.
Até que um dia ele parou, em um baque surdo. 
E dai em diante, ele percebeu que o coração dele era dela, pulsava por ela.
Então ele voltou, mas de nada adiantou, pois o coração, dela, já tinha a-matado, parado de pulsar, por ele.
Gi.
''Em mais um clichê sobre amor.''

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Nostalgia


Acordei hoje com tal nostalgia de ser feliz. Eu nunca fui livre na minha vida inteira. Por dentro eu sempre me persegui. Eu me tornei intolerável para mim mesma. Vivo numa dualidade dilacerante. Eu tenho uma aparente liberdade mas estou presa dentro de mim.

Clarisse Lispector.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Anestesia


A dor é inevitável, o sofrimento é opcional.
a esperança é escassa, o futuro é formado pela descrença.
a confiança é inexistente, pois ja foi desgastada.
o vocabulário é sujo, os sentimentos são vergonhosos.
o medo de errar, faz com que os erros tomem conta.
nostalgia agora é lei!
e a máscara é constante, já não se consegue viver sem ela, pois tentamos nos enganar, olhamos no espelho, e vemos o que queremos que vejam, ja não sabemos diferenciar o que sentimos do que queremos aparentar sentir.
tudo perde o foco, o sentido, e se esvai.
Gi.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Vazio


Prédios, ruas, bares, estradas, cinemas, pessoas, calçadas, lojas, praças, parques, tudo está vazio essa noite, na imensa solidão que repousa sobre nós. Estou junto a ti, mas estamos tão distantes, a milhas de distância. Rezo em silêncio para poder estar ao teu lado, e você me pergunta porque estou quieta, porque estou estranha, e se tenho algo a falar. Sim, tenho algo a falar, na verdade, tenho tudo a falar, minha boca se abre lentamente, mas as palavras se travam em minha garganta, não consigo dizer ao menos uma das quais queria, então digo que está tudo bem, você me responde com seu mísero ''ok'' e a noite vazia se termina nessa solidão a dois.   

Gi.

domingo, 5 de setembro de 2010

Contraditório


''You say that you love rain,
but you open your umbrella when it rains...

You say that you love the sun,
but you find a shadow spot when the sun shines...

You say that you love the wind,
But you close your windows when wind blows...

This is why I am afraid;
You say that you love me too..."

William Shakespeare

          *Encontrei esse texto no querido blog Meio Amargo e tive que postar, ótimo!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Medo do escuro



Caminhando no escuro, sem luz alguma, sem ninguém ao seu lado, sem rumo, sem esperança, ouvindo vozes desconhecidas e distantes, ouvindo passos as suas costas, com medo. Com medo do escuro, com medo do futuro. Medo. Tolice. Medo é para os fracos, mas como se diferencia os fortes dos fracos? Na escuridão, não existem fortes, não existem fracos. Então eu fecho os olhos, não faz diferença, pois já estou no escuro, penso em alguma luz, mas não consigo enxergar, tudo que consigo ver é escuridão, sinto calafrios, sinto fome, sede, frio e, por fim, sinto medo da escuridão.    

Gi.

Que a verdade seja dita


Alguns acham que sou uma espécie de Ioiô, ou bolinha de ping pong, que vai e vem quando se quer, acham que não tenho sentimentos, que não ligo pra nada, que só quero curtir, que não me apego e talvez também achem que meu coração é de pedra. Quem dera fosse, mas eis aqui a verdade: Meu coração não é de pedra, pelo contrário, é extremamente frágil. Eu me apego fácil, me iludo, inúmeras vezes, nunca aprendo com os meus erros. Cansei de ''curtir'', apesar de não ter feito nem dito ao menos metade do que queria. E ligo mais para os outros do que para mim mesma. Gostaria que todos soubessem disso, e parassem de me tratar muitas vezes como um ser hipócrita, incapaz, e sem sentimentos.    

Gi.

domingo, 29 de agosto de 2010

Assim é, se lhe parece


Eu e você usamos a mesma língua, as mesmas palavras. Mas que culpa temos nós de que as palavras, em si, sejam vazias? Vazias, sim. Ao dizê-las a mim, você preenche-as com o seu sentido e valor; e eu, ao recebê-las, inevitavelmente preencho-as com o meu sentido e valor. Pensamos que nos entendemos; de fato, não nos entendemos.   

Luigi Pirandello.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Desespero


Não, não vai chegar alguém do nada, então pare de olhar a todo momento. O celular também não vai tocar novamente, então pare de carregar ele para todo lado a espera de outra ligação. A janelinha no msn não vai piscar que nem louca, e não vão chamar a atenção pois falaram algo importante. Sentimentos, uma coisa tão descartável aos olhos de uns. Estranho é sentir uma imensidão de coisas complexas, e saber, que mesmo o outro tendo vivido tudo que você viveu com ele, não sente ao menos compaixão.     

  Gi.

domingo, 15 de agosto de 2010

Inventário


Não faça nada imprudente, não fale palavras sórdidas, não beba nada de que contenha álcool, estude muito, deixe o que quer fazer de lado, assim você irá garantir um futuro melhor e um ótimo emprego, depois de estudar muito e ter seu ótimo emprego, trabalhe excessivamente, assim você irá garantir sua aposentadoria, não perca tempo! depois de se aposentar, continue trabalhando, assim você ganhará sua aposentadoria e seu salário habitual. Depois de tudo isso, todo esse esforço escrupuloso, você terá garantido um funeral histórico.

Gi.