Esse campo obrigatório não poderia ficar em branco.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Perdoem-me as flores


Ventos uivantes,
Vorazes.
Cortantes.

Eis que vem;
de um lugar
desconhecido.

Quem dera ouvir
seu farfalhar.

Ventos uivantes,
Vorazes.
Cortantes.

Do tal saudade sinto,
se é que sinto algo.

Há tempos já não ouço,
não pronúncio, não enxergo.

A nostalgia se exalta,
quando se fala no vento,
N'aquele mesmo vento.

O vento uivante,
Voraz.
Cortante.

Perdoem-me as flores,
quando falo do tal vento cortante.
pois nem todas tinham uma cúpula,
e se desmanchavam num instânte.

Mas quando voltar a sentir,
a falar e a ouvir,
quero me esvair com o vento,
e ir além do tempo.

Junto aquele vento.

O vento uivante,
Voraz.
Cortante.
Gi.



2 comentários:

  1. Nossa, não sei porque, mas esse poema é realmente inspirador. Retrata vários sentimentos desencadeados pela saudade. Poucos conseguem se expressão com tanta perfeição.
    Meu preferido. Parabéns.

    ResponderExcluir