Hoje vi uma criança que colhia um dente-de-leão.
Que o colhia em um mato que cresceu
[Em uma escola pública.
Eu olhei para ela e vi uma criança.
Uma criança que apanhava uma flor.
Vi humanidade.
E me veio à cabeça
Uma outra criança que um dia
Eu havia visto.
Era uma pessoinha
Que com seu esquadro de metal
Desenhava uma flor rebuscada em seu caderno.
Entre pisos e azulejos
[De uma escola protegida e particular.
O que não entendo
É que na segunda criança
O que eu vi foi,
Quem sabe,
Um futuro arquiteto ou engenheiro.
Talvez sem nenhuma humanidade.
Gi.