Esse campo obrigatório não poderia ficar em branco.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Acaso


Ela acordou cedo, tomou um banho, bebeu seu café e foi estudar.
Ele acordou tarde, tacou uma água no rosto e foi trabalhar.
Enquanto ela pensava nele, sentia sua falta, fazia poemas e ficava com a cabeça em outro mundo, ele nem se preocupava.
Ela se derretia, mas fingia que nem ligava.
Ele nem ligava, mas fingia que se derretia.
A maior vontade dela era viver aquele amor para sempre, ao lado dele.
Quando a maior vontade dele, era fazer aquele amor sempre, em cima dela.
Ela se entregava, de corpo e alma, se deixava levar.
Ele nem percebia, e a recebia como se fosse mais uma. Bruto, severo. 
Ela queria ir, mas o tchau não saia da sua boca, e suas pernas não se moviam.
Ele queria que ela ficasse, era legal ter uma garota bonita e apaixonada ao seu lado.
O tempo se passava, e ela se apegava cada vez mais, ele continuava na mesma.
O coração, dele, servia para mantê-lo vivo.
O coração, dela, servia para matá-la aos poucos.
Até que um dia ele parou, em um baque surdo. 
E dai em diante, ele percebeu que o coração dele era dela, pulsava por ela.
Então ele voltou, mas de nada adiantou, pois o coração, dela, já tinha a-matado, parado de pulsar, por ele.
Gi.
''Em mais um clichê sobre amor.''

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Nostalgia


Acordei hoje com tal nostalgia de ser feliz. Eu nunca fui livre na minha vida inteira. Por dentro eu sempre me persegui. Eu me tornei intolerável para mim mesma. Vivo numa dualidade dilacerante. Eu tenho uma aparente liberdade mas estou presa dentro de mim.

Clarisse Lispector.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Anestesia


A dor é inevitável, o sofrimento é opcional.
a esperança é escassa, o futuro é formado pela descrença.
a confiança é inexistente, pois ja foi desgastada.
o vocabulário é sujo, os sentimentos são vergonhosos.
o medo de errar, faz com que os erros tomem conta.
nostalgia agora é lei!
e a máscara é constante, já não se consegue viver sem ela, pois tentamos nos enganar, olhamos no espelho, e vemos o que queremos que vejam, ja não sabemos diferenciar o que sentimos do que queremos aparentar sentir.
tudo perde o foco, o sentido, e se esvai.
Gi.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Vazio


Prédios, ruas, bares, estradas, cinemas, pessoas, calçadas, lojas, praças, parques, tudo está vazio essa noite, na imensa solidão que repousa sobre nós. Estou junto a ti, mas estamos tão distantes, a milhas de distância. Rezo em silêncio para poder estar ao teu lado, e você me pergunta porque estou quieta, porque estou estranha, e se tenho algo a falar. Sim, tenho algo a falar, na verdade, tenho tudo a falar, minha boca se abre lentamente, mas as palavras se travam em minha garganta, não consigo dizer ao menos uma das quais queria, então digo que está tudo bem, você me responde com seu mísero ''ok'' e a noite vazia se termina nessa solidão a dois.   

Gi.

domingo, 5 de setembro de 2010

Contraditório


''You say that you love rain,
but you open your umbrella when it rains...

You say that you love the sun,
but you find a shadow spot when the sun shines...

You say that you love the wind,
But you close your windows when wind blows...

This is why I am afraid;
You say that you love me too..."

William Shakespeare

          *Encontrei esse texto no querido blog Meio Amargo e tive que postar, ótimo!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Medo do escuro



Caminhando no escuro, sem luz alguma, sem ninguém ao seu lado, sem rumo, sem esperança, ouvindo vozes desconhecidas e distantes, ouvindo passos as suas costas, com medo. Com medo do escuro, com medo do futuro. Medo. Tolice. Medo é para os fracos, mas como se diferencia os fortes dos fracos? Na escuridão, não existem fortes, não existem fracos. Então eu fecho os olhos, não faz diferença, pois já estou no escuro, penso em alguma luz, mas não consigo enxergar, tudo que consigo ver é escuridão, sinto calafrios, sinto fome, sede, frio e, por fim, sinto medo da escuridão.    

Gi.

Que a verdade seja dita


Alguns acham que sou uma espécie de Ioiô, ou bolinha de ping pong, que vai e vem quando se quer, acham que não tenho sentimentos, que não ligo pra nada, que só quero curtir, que não me apego e talvez também achem que meu coração é de pedra. Quem dera fosse, mas eis aqui a verdade: Meu coração não é de pedra, pelo contrário, é extremamente frágil. Eu me apego fácil, me iludo, inúmeras vezes, nunca aprendo com os meus erros. Cansei de ''curtir'', apesar de não ter feito nem dito ao menos metade do que queria. E ligo mais para os outros do que para mim mesma. Gostaria que todos soubessem disso, e parassem de me tratar muitas vezes como um ser hipócrita, incapaz, e sem sentimentos.    

Gi.